Floresta Elzarea

O sorriso ladino do homem agora era bem visível, assim como um pouco de seus olhos, nos quais eram de um verde acinzentado e azedo. Ele estendeu a mão para a homúnculo na menção de cumprimenta-la.
- Eu te subestimei, Lyudmila. Vejo que tem muito potencial. - Com a outra mão, buscou por algo dentro dos bolsos internos de seu casaco. Quando achou, entregou à mulher um envelope lacrado. - Abra isso apenas quando estiver sem pendências. - Esticou o documento a ela.

Com a mão livre, cumprimentei o homem. Estranhei o fato dele saber o meu nome, mas depois de tudo que havia visto, nada podia surpreender-me. Peguei o documento e guardei num bolso interno. Depois de tudo, continuei a encarar o homem.

" Então... Agora você vai desaparecer de um jeito 'fodão' ? "

Pela linguagem de sinais, tentei, de qualquer jeito, expressar a palavra "fodão".

- Basicamente. - Gargalhou. - Foi um prazer lhe encontrar, jovem.
Assim, como Lyudmila havia previsto, o homem começou a tornar-se opaco e tornou-se um com o ar, desaparecendo em uma sombra negra.

Acenei, antes que o homem desaparecesse e guardei a lança em seu aposento. Depois de um longo suspiro, vindo das narinas, rumei de volta para à cidade de Durenor.

Após quase um dia de caminhada, Heinz finalmente chegou nas proximidades de Durenor. Esboçou um sorriso diante da bela paisagem, e tomou um curto tempo para respirar fundo aquele ar de floresta, incrementado pelo cheiro de mata. O justiceiro, ainda assim, não foi tolo de não manter a atenção no ambiente, afinal, morou 20 anos em Durenor e conhecia os perigos da floresta Elzarea. Logo ele continuou andando, sentindo uma confortante nostalgia lembrando de suas caminhadas com parentes por ali.

Continuo seguindo o caminha para a missão, atento com qualquer movimentação estranha.

- Oh, eu gostaria de vê-la melhor mais tarde - Peço.

Observo as nuvens pesadas que se aproximam agressivamente.

-Realmente, o clima está pesado ultimamente... - Comento, respondendo-o.

***

Ainda guiando Thor adentro a floresta intimidadora, sinto um calafrio.

-Eu não gosto muito deste lugar, Hay... - Seguro as rédias mais firmemente, escondendo o leve pavor.

- Não se preocupe... eu já andei bastante sem encontrar problemas.

" E desta vez eu irei te proteger... não falharei com minha palavra duas vezes. "

- Andou aqui? - Pergunto.

Dou um suspiro.

- Bem, tudo bem, já que estamos juntos.

Narradora

Um forte vento percorre a floresta levantando inúmeras folhas do chão. O céu parece escurecer e uma névoa azulada se espalha pela floresta.

"Ela..." - o vento sussurra.

Uma flor de proporção imensa com tonalidades preto roxeadas se salienta no horizonte. Seu cheiro tem um perfume muito atrativo e é impossível resistir. Todos que estão próximos a flor devem ir em sua direção.

Noto o vento com uma força maior

" Vai começar a chover " Pensei enquanto ouvia Akemi.

- Não, foi modo de dizer...

Então escuto uma voz aleatória baixa, olho para os lados procurando o que seria a voz, mas nada vejo, entretanto algo mais interessante, uma grande flor ao horizonte.

- Akemi, olha lá, aquela flor estranha. - Disse, alertando-a.

Galhos incômodos se enroscavam em minhas vestes, enquanto me movia apressada pela vasta vegetação. Sem baixar a guarda, estava sempre atenta a minha volta, tendo a constante sensação de não estar sozinha. Mantive o ritmo, não me permitindo apreciar detalhadamente o que me cercava.

Enquanto me locomovia, uma ave chamou minha atenção. Seu voo era peculiar, e sua atenção se direcionava até mim. Quando parei subitamente, as botas derraparam no terreno, e de imediato empunhei uma de minhas laminas. Eu não sairia do caminho, e caso ela insistisse em continuar, seria morta. Nenhum animal se comporta de tal forma sem motivo algum, e eu não arriscaria titubear.

Corujas não possuíam aquele tamanho, nem mesmo velocidade. Eram animais noturnos, e não caçavam durante o dia. Sua atitude de fato havia se comprovado suspeita, e eu não tinha opção se não matá-la. Não seria um total desperdício, eu poderia aproveitar a carne e me alimentar posteriormente.

Curvei os joelhos, e segundos depois me impulsionei para frente, indo diretamente até a ave. Trouxe até as mãos minhas duas laminas, as posicionando frente ao rosto, e num movimento horizontal tentei retirar sua cabeça.

Resmunguei alguns palavrões, visto que o animal havia saído ileso. Questionei qual seria a melhor forma de chegar até a ave, e analisei o ambiente a minha volta. Haviam alguns cipós presos em certas árvores, assim como poucos galhos firmes. Se por algum motivo eu perdesse meu apoio, poderia fincar minhas laminas em algum dos troncos, e evitaria lesões desnecessárias.

Com uma breve corrida, tomei impulso e segurei em um dos cipós, me lançando até a próxima árvore, e assim sucessivamente, até ganhar a altitude necessária para atacar novamente. Quando alcancei meu objetivo, lancei meu corpo para as costas do animal, e tentei o causar dano com repetidas investidas contra seu corpo.

O membro 'Meredith' realizou a seguinte ação: Lançar dados

'D20' : 8

Usei o corpo da ave para amortecer minha queda, mas mesmo assim senti parte do impacto. Me levantei e saí dali, indo até o chão. Com repetidos movimentos no ar, retirei um pouco do sangue que havia ficado em minhas laminas, às guardando novamente.

Me abaixei e analisei o corpo do coruja, já sem vida. Havia sangue espalhado pela terra, assim como algumas penas. Aquilo provavelmente iria atrair outros animais, então decidi continuar meu caminho, para não arranjar maiores problemas.

Enquanto caminhava, algo chamou sua atenção. Logo a sua frente havia um animal morto em uma grande poça de sangue. Parecia uma espécie de coruja, porém de um tamanho bem maior. Mas, o que realmente era de seu interesse eram os ferimentos do animal - cortes perfeitos que apenas uma lâmina poderia fazer e, melhor ainda, se mostravam recentes, como se tivessem sido feitos há menos de uma hora.

Ao analisar melhor ao redor, poderia ver uma escassa trilha de pegadas de sangue que, por mais que sumisse poucos metros a frente, indicavam o caminho que o suposto assassino do animal havia seguido.

Depois de um tempo de corrida, encontrei algumas ervas que se tocadas, deixavam um cheiro forte na pele, escondendo o cheiro de quem as tocou. Retirei algumas folhas, e esfreguei pelo corpo todo, incluindo o cabelo. O cheiro era forte, mas era como se eu agora fosse parte da mata.

Voltei a correr, e dessa vez em direção a saída. Já havia ficado tempo demais naquele lugar.