Cidade de Quorin’Val

Quorin’Val  é a mais movimentada das cidades portuárias élficas, todo seu território é litorâneo e a costa é ocupada por píeres dos quais desembarcam seres das mais variadas espécies, de passagem ou para tentar a vida na cidade élfica. Apesar da diversidade cultural, a cidade não perde o charme e elegância de seus fundadores, tendo ruas em pedras brancas e casas coloniais bem estruturadas, dotadas de uma beleza rústica e selvagem.  Estalagens salpicam a cidade, tendo aproximadamente dois a cada três quarteirões. Entre as casas, crescem grandes e suntuosas árvores, das quais  aliviam o calor que o sol proporciona ao meio-dia.

No centro da cidade, procurei alguém que, aparentemente, parecia saber sobre a plantação que estava sendo invadida. Ao achar, cheguei nessa pessoa, e mostrei o papel, com o papel a mostra, apontei, com meu dedo, a palavra " plantação ". Depois de tudo isso, esperei que a pessoa fosse entender que eu queria saber aonde fica a plantação desse tal senhor.

A elfa da qual Lyudmila parou olhou para o papel por algum tempo até responde-la.
- Ah, eu acho que é aquela casa ali, moça. - Ela apontou para um sobrado que era um pouco mais elevado que as demais construções. - Tenho visto uns monstros por lá, mesmo.

Com uma reverência, agradeci, e parti direto para a casa. Chegando na casa, bati na porta principal, esperando que alguém viesse atender-me.

Em um ponto praticamente invisível do jardim após o portão principal, um senhor elfo estava agachado entre as plantas. Ele chamou pela mulher com um assobio baixo e indicou para que se aproximasse.

Ao escutar o assobio, me virei na direção do som e consegui ver uma parte do senhor que estava agachado. Indo até o senhor, estiquei o papel, mostrando o por que de estar ali.

- Entendo... Fico aliviado que tenham encontrado alguém! - Ele falava baixo, tendo precaução com cada movimento que fazia. - Tem dois monstros no terraço, é só subir as duas escadas e vai chegar lá. Boa sorte, eles são terríveis. - Ele voltou a se esconder no meio das plantas.

Assentindo, fazendo um sinal positivo com a cabeça, me virei, e, depois de guardar o papel no bolso, segui suas instruções para chegar nos dois monstros. Chegando lá, entrei com cuidado no aposento, observando tudo a minha volta.

O cenário no qual Lyudmila se deparou foi um terraço amplo, com chão de concreto e cercado por grades e algumas árvores. O lugar era amplo e o clima era agradável aos poderes da homúnculo. De cara, foram vistos seus dois oponentes ao fundo do local: dois golems rúnicos de ferro.

Ao chegar na sala, e encarar os dois golens, tirei a lança de minhas costas, e, silenciosa e vagarosamente, me preparei para a batalha.

Ambos os golems correram desde os confins do terraço em direção a Lyudmila. Eles estavam com os punhos levantados o tempo inteiro.

Com a ajuda dos ventos produzido pela minha magia, esperei até chegarem bem perto de mim e pulei por cima dos golens, afim de visualizar o inimigo, para ver se o mesmo tinha alguma fraqueza. Me afastei, indo até o outro lado da sala.

Os golems ficaram movimentando-se excessivamente por todo o terraço enquanto a mulher estava no ar, com receio que visse a grande parte em suas costas não cobertas por sua carcaça de ferro, além de uma ou duas runas bem expostas. Assim que Lyudimila voltou ao solo, eles não tardaram em persegui-la mais uma vez, sempre em posição ofensiva.

Esperei os golens chegarem bem perto, e, como seria obvio, somente um chegaria a me encostar pela frente, então, me esquivando pelo lado que não teria ninguém, voltei, correndo, para o outro lado da sala. No entanto, durante o percurso, com a minha lança, fiz vários feixes de ar acertarem o corpo de ferro dos golens, esperando ver se faziam efeito, ou não.

Os feixes de ar acertam os golems que, por seu tamanho e massa, são extremamente lentos, porém, não lhes causa muito efeito uma vez que ambos estavam virados de frente para Lyudmila. Os monstros repetiram o movimento de sempre, perseguindo-a.

Notando que os golens eram muito resistentes, não teria como enfrenta-los de maneira agressiva, somente pela estratégia. Com isso, esperei os golens se aproximarem e, vendo seus movimentos com clareza, tentei fazer com que se acertassem, usando o vento para fazer eu desviar e para empurrar os golens, fazendo de tudo para que eu pudesse sair viva, e, ao mesmo tempo, tentasse fazer com que acertassem um ao outro. Caso não fosse possível, somente iria achar uma brecha, dos ataques, e sair correndo, tentando acertar suas costas com magia, que até agora não levaram dano.

Os movimentos de Lyudimila haviam sido ótimos e bem pensados, porém aquilo não impediu os golems de chocarem-se, levantarem-se e se enfurecer mais. Agora, os monstros já haviam enjoado da correria e começaram a usar o quase cérebro deles, evitando a estratégia. Em um dos extremos do terraço, uma das bestas aguardava Lyudmila, enquanto a outra corria em sua direção.

Vendo que agora eles pararam de ser totalmente agressivos, e, provavelmente, começaram a pensar, um pouco, fui em direção ao meio do terraço, para esperar o golem que corria em minha direção. Quando o mesmo chegou perto, usei o vento para me manter sempre longe o bastante de seus ataques, e, quando houve uma perfeita brecha no ataque do golem, usei tudo que podia para poder chegar em sua costa, para então perfurar com a lança, o corpo do golem. Enquanto eu desviava dos ataques, sempre mantinha-me longe do outro golem, evitando sempre chegar perto do mesmo. Caso não houvesse uma brecha perfeita, pularia por cima dele e tentaria novamente.

A brecha havia sido dada no momento em que o golem manteve-se falhadamente contra o vento da homúnculo, perdendo, de alguma forma, o equilíbrio. Com isso, Lyudimilla conseguiu sua falha e ameaçou lhe perfurar com a lâmina, o que infelizmente foi bloqueado com o braço do golem, por puro impulso. O choque entre a lâmina da lança e o ferro de seu corpo causou um recuo forte da arma.

Tentando evitar o máximo de recuo, uso o vento para aumentar minha resistência e atrito no chão, me mantendo quase no mesmo lugar. Com isso, enfiei, usando o vento ao meu favor, a lâmina da lança no corpo do golem e tentei jogar para o lado, para então, usar vários feixes de vento contra sua costa, até que se mostrasse efetivo. Caso não fosse possível jogar o braço do golem para o lado, tentaria puxar o mesmo, usando o vento para que eu conseguisse deixar o golem desconfortável a nível de ter a sensação de quase ter o braço arrancado. Caso quando eu for puxar o braço do golem, o golem, no entanto, puxar-me com mais força, largaria no mesmo instante que parecesse impossível puxar.

Lyudimila teve sucesso em seus movimentos até o ponto que conseguiu virar o golem, porém, não esperava ela que o outro monstro, gigante e pesado como era, pudesse se aproximar lentamente enquanto se distraía com o outro. O recém-chegado não tardou em tentar acertar a homúnculo com um soco vindo de baixo para cima, o que a jogaria no ar, na melhor das hipóteses. O outro monstro apenas distanciou-se e permaneceu em pose de defesa.

Depois de uma careta de dor, me joguei para o lado, usando magia, para então, usar o vento para fazer um empurrão em mim, pra cair mais rápido. O alvo era as costas do golem, tentando fazer isso o mais rápido possível, caso conseguisse chegar nas costas, tentaria raspar a lança, já que perfurar seria muito tempo gasto. Caso os ataques não fossem rápidos o bastante, usaria o vento para me jogar para longe. Agora, depois de notar que os golens começaram a realmente ficar espertos, fiquei atenta aos movimentos dos dois.

Os golems já haviam gasto muito de suas forças por moverem-se rápido, mas elas estavam longe de acabar; Os monstros trocaram um olhar e alguns gestos corporais enquanto a homúnculo se aproximava, tendo tempo o suficiente para planejar algo.
Assim que Lyudmila avançou seus golpes até rasgar as costas de um, o outro a segurou por trás, mais precisamente, pelos braços, apenas deixando um pequeno arranhão nas costas do outro, o que foi o suficiente para fazê-lo urrar de dor.



No jardim da casa, um senhor saia gritando de medo portão afora.

Fiquei encarando o golem me segurar, e depois encarei o que fora recentemente atacado. Esperei para que o golem atacasse, para então, me segurar na mão do golem e levantar minhas pernas, quase deixando minha perna na cabeça do golem que me segurava. O objetivo era fazer com que o ataque do outro golem acertasse o golem que me segurava, para então, caso fosse muito forte, ele me largasse e eu ficasse livre para me afastar dos dois. Caso não fosse possível fazer nada, tentaria, com minha magia, fazer com que as mãos que me seguravam se afastassem, fazendo empurrões com o vento, até que eu conseguisse puxar meu braço para baixo, me libertando do golem e me afastando dos dois.

A primeira tentativa foi falha, então Lyudmila recorreu à magia para soltar-se, o que fez com sucesso. Após afastar-se, os golems, inesperadamente, ficaram parados, trocando olhares entre si. Permanecem assim o tempo inteiro caso não haja ataques da outra parte.