[Twisted] Durenor

Muito próxima ào centro do Caos e principal fonte de comida para seus monstros, Durenor, uma cidade responsável pela colheita de corpos surge. Diversas tendas sinistras as quais abrigam os emissários e também feitceiros do caos e lojas as quais vendem os mais variados tipos e tamanhos de corpos ficam aqui.

Neste lugar você pode encontrar o que quiser, sendo sangue, órgãos, armas malditas, venenos e até mesmo relíquias para Kadath. Grandes servos de Kadath e monstros oriundos da Umbra e do vácuo vigiam a cidade e guardam a mesma com a função de sentinelas, apesar de que estes não impedem a violência, apenas auxiliam a gerá-la.

Suas ruas quebradiças e putrefatas, além de suas fontes de sangue e estatuetas demoníacas dão um charme especial á cidade.

Ao sair da taverna me deparei com tal ambiente. O ambiente era exótico, mas chamava minha atenção de um jeito positivo, o que era estranho, nunca fui de ficar curtindo ver corpos sem motivo algum. Mas, mesmo me sentindo confortável, pensei em perguntar à Beatrice o que ela achava do lugar.

— Então, o que achou do que aconteceu e desse novo lugar ? — perguntei, me virando para ela e encarando seu rosto.

Enquanto saia, ainda olhava para trás, tentando entender o que era aquilo que tinha visto quando me deparo com o estado do local, observando minha volta. Encaro Akeley, meio confusa.
- Não sei ao certo, mas foi um pouco divertido? Quero dizer, mesas com olhos não é algo que se vê todo o dia.
Ajeito a mochila nas costas, e arrumo o cabelo.
- Mas poderia ter sido melhor com uma bebida.

Esperando que a garota fosse me seguir, comecei a andar por um caminho que encontrei, tentando conhecer o lugar.

— Realmente, se mortos-vivos soubessem servir direito, estariamos com uma garrafa agora — comentei com um tom irônico, dando uma curta e baixa risada.

Ainda me perguntava o que diabos eu fazia em uma cidade como aquela. Honestamente. Mantinha meu arco de prontidão, caso algo acontecesse novamente. Essa cidade é tão estranha.

Olhei para os lados. Não fazia a mínima ideia do que iria fazer em seguida. Ainda mais sozinha. Droga. Parei por um momento, apenas observando as pessoas que conseguiram sair da taverna. Poderia eu me juntar a algum deles?

Fui seguindo-o, com passos rápidos.
- Se eles soubessem servir direito, não seriamos nós a refeição? - Perguntei, rindo.
Ainda olhando em volta, duvidava sobre o que havia realmente acontecido dentro da taverna.

— Se fosse assim, eu não daria gorjeta! — falei, continuando a piada.

A cada passo eu estranhava mais aquele local, e começava a sentir que aquilo era mais estranho do que devia ser. Não era do meu estilo estranhar as coisas e ficar curioso, mas de algum jeito, aquela cidade transmitiu tais sentimentos.

Caminhando ainda estava atento a qualquer suspeita.

- Bem não aconteceu nada com a gente, por enquanto. - fala olhando para Myra, que até então não parecia assustada com a situação.

Chegando na outra dimensão Vaal tenta ao máximo ficar próximo dos outros tentando evitar ser pego separado e ser morto.

Balancei a cabeça, ficando um tempo parada. Isso foi... Bem, alguma coisa na qual a palavra me foge a mente agora. Mas esta lá, e eu vou lembrar.

Droga de álcool afetando a mente.

Olhei ao meu lado para ver o mesmo homem que, até onde sei, quisera me roubar. E ele já me olhava e, pelo óbvio, dirigia aquelas palavras a mim.

— Vamos acender velas aos Deuses por isso...

Murmurei um tanto irônica, mas no fundo, estava surpresa e aliviada em ter conseguido sair a tempo. E estar a salvo, como ele disse, por enquanto.

— E agora?

Perguntei-lhe um tanto curiosa, inclinando levemente a cabeça.

Caminhava lentamente com o grupo de pessoas que saíram as pressas do local, era obvio que o local a qual estavam era totalmente diferente, e que qualquer um havia reparado a grotesca diferença, então por sua vez decidiu não comentar nada, o mesmo apenas manteve um sorriso no rosto enquanto seguia em frente. Dentre as conversas que se criava ali, uma voz familiar chamou sua atenção, a de Klagane.

— Bem não aconteceu nada com a gente, por enquanto. Que dizia enquanto secava com os olhos a garota que acabou de conhecer. Thor por sua vez, levantou a cabeça e de relance viu a cena, pensou em responder, mas no fim o melhor mesmo era ficar quieto, enquanto mentalmente gargalhava da ridícula situação a qual se encontrava, a garota por sua vez, respondeu ironicamente, fazendo o jovem rir ainda mais.

— Vamos acender velas aos Deuses por isso... — Fez uma breve pausa, embora sarcástica, havia alivio em sua voz, certamente era algo aceitável, acabou de ver "algo" levar inúmeros golpes, e tudo o que fez, foi humilhar ainda mais quem os desferiu, não tendo reação alguma — E agora?

— Bem, deveria mesmo, mas desta vez não vai ser necessário, sua fé basta. — Dizia Thor enquanto sua expressão que até então havia de ser a de uma criança, se tornava sério, talvez por causa de sua forte fé, não aceitaria tal heresia, mas não iria de ataque a moça. — Deus está com todos nós, basta abrir seus braços junto a sua fé a ele. E agora vamos seguir e ver no que isso vai dar. Continuou ironizando a jovem moça.

- Eu - comecei em um tom alto, para que os demais pudessem me ouvir - Eu acho que deveríamos nos juntar. Seria mais fácil para descobrir como podemos sair desse lugar. -

Depois de certo tempo, o grupo de aventureiros é capaz de sentir uma presença maligna fluindo ao seu redor. Uma coisa suposta a ser, no mínimo, absurdamente suspeita, era o fator de que nenhum tipo de monstro o qual costumava frequentar a cidade estava presente ali.  Nem mesmo os sentinelas de Kadath vagavam pelo local, e tampouco espreitavam-se pelas sombras e becos do mesmo.

As lojas as quais vendiam órgãos humanos, élficos, myrddraal e de uma variedade extensa de raças da Terra estavam todas fechadas. O único lugar o qual mantinha suas portas abertas, era a taverna  -- a qual só estava assim porque o grupo de aventureiros teve de abrí-las, de maneira a retirarem-se de lá o mais rápido possível.

Olhos em uma variação de cor desde roxo até lilás e azul escuro abriam-se e moviam-se frenéticamente pelas casas, tendas e lojas por toda a cidade. A energia negra e caótica a qual já emanava por todo o lugar, tornou-se mais intensa.

Subitamente, o chão começa a tremer e, logo após, racha-se. Para o azar de todos, a fissura expandiu-se até que um enorme abismo separassem os aventureiros uns dos outros. Desta maneira, tornaram-se dois grupos distintos. O abismo continuou a extender-se, fazendo com que os que haviam ficado atrás do grupo ficassem cada vez mais distantes.(Quem tá on agora fica na parte da frente, quem tá off, fica na parte de trás)

Franzi o cenho ao ouvir uma outra pessoa perto de nós. E nem foi com tanta surpresa assim que descobri se tratar do outro ladrão. Arqueei a sobrancelha ao notar o que havia me dito, ainda mais com o tom de voz usado.

Legal, outro engraçadinho.

— Que bom, vamos nos dar as mãos e fazer nossas preces em conjunto.

Ah sim, e eu ficava mais amigável.

— Claro claro, você que parece mais íntimo Dele do que eu, diz que eu mandei lembranças. E que um milagre, de que nenhuma bebida e alimento nos faltará, faria bem de vez em quando.

Revirei os olhos diante da minha ultima "piada". Desviei o olhar para o local a nossa volta, notando uma aura já totalmente estranha por ali. E uma ultima olhava, tudo que senti foi um tremor. E antes de poder prever, o chão já se partia, separando-nos.

Ah, ótimo.

Recuei alguns passos, para então parar próxima ao mesmo homem com quem conversei anteriormente. E ele já gritava por seu parceiro, mas o que adianta fazer agora? Nada.

Passei a mão por entre os cabelos, ajeitando minha postura.

— Muito bom isso tudo.

Mal havia terminado de falar e uma energia se fez presente, tão intensa que me obrigou a ficar em posição de ataque novamente. Rolava meus olhos para os quatro cantos daquela cidade amaldiçoada pelo demônio quando o chão começou a se partir embaixo de meus pés. Ótimo, era isso que faltava. Rolei para o chão, esquivando daquela grande lacuna que se abria.

Tossi um pouco, limpei a poeira e me ergui o mais rápido possível. Vi que o grupo havia diminuído, uma vez que fomos separados. Maravilha, lá se ia o plano de nos juntar.

- O QUE DIABOS ESTÁ HAVENDO AQUI! - Gritei com toda a força que possuía. Droga, odiava servir de brinquedo para terceiros.

Ao sentir novamente a presença maligna, petrifiquei, olhando para os lados e tentando entender o que estava acontecendo. Encarei Akeley por alguns segundos, até o chão tremer.

Tentei recuperar o balanço, e quando a fissura apareceu, cai de joelhos, me apoiando no chão.

Me levanto, limpando as calças, encarando os olhos que agora haviam parecido e ficando em guarda.

Enquanto acompanhando o grupo, Vaal percebe que o chão começa a se partir, acaba perdendo o equilíbrio e quase cai no buraco sem fim da fissura, mas graças a sua agilidade consegue recuperar o balanço e fica de pé novamente.
-Essa foi quase, como se estar em uma dimensão que não fazia ideia que existia fosse ruim o suficiente.- Diz Vaal em um tom um pouco sarcástico.

Não me importei muito com o que ocorrerá, no entanto, a presença maligna me provocou receio, mas não tanto, parecia que havia se acostumado com tal sentimento.
Quando tudo se separou, me cuidei para não cair no abismo e encarei Beatrice de longe. Mesmo que o meu plano fosse se separar dela, para não pagar a bebida, me senti preocupado e culpado de deixar ela lá, sozinha. No fim, me sentei, tentando me acostumar totalmente com a presença maligna. Ao me sentar, fiz a posição que meu mestre me ensinará, durante os anos de treinamento, para meditar. Com isso, fiquei ali, um pouco afastado do abismo que separava Beatrice de mim, meditando e concentrando meus poderes, pra, quando fosse necessário, ou, quando notasse que não teria problemas, transformar meus braços em asas efetivas.

Minha posição de meditação se resumia em minhas pernas cruzadas e meus braços um pouco afastado do joelho, dando, praticamente, 75º de ângulo entre o braço e o joelho. Minhas mãos estavam abertas, como uma garra, e do meio dessa garra, na palma de minha mão, vinha uma chama azul, na verdade, explicando melhor, vinha uma projeção da chama, ao menos para alguns seres mais sensitivos e para mim. A projeção das chamas dançava sob a palma aberta de minha mão e meus olhos fechavam até a metade, sendo que a íris e a púpila não era possível ser vista, somente a esclera. Fiquei nessa posição por um bom tempo.