Taverna Flecha Sangrenta

-É, eu perguntei pra ele, mas ele me disse que "praticou necrofilia". Fez aspas com os dedos e uma voz mais grossa ao falar aquilo, vendo o homem tacar a garrafa em um bêbado, que tinha acordado com o estrondo da garrafa.

- Eu estava sendo sarcástico... realmente preciso melhorar as minhas expressões faciais.

Disse encarando Tharja, inexpressivo. Então olhou Adelrik de canto.

- E apesar de eu parecer ser jovem pra cacete, eu tenho 21 anos. 

Continuava com a face sem expressão alguma enquanto falava.

- Pffft, HAHAHAHA, necrófilo, é? Nossa, mas que jovem rebelde, huh.De repente, percebeu que o bêbado havia acordado e, com um movimento rápido virou para o outro lado e o golpeou abaixo da orelha com a mão fechada, visando deixá-lo inconsciente. - Melhor continuar dormindo, beberrão filho da puta.

-Precisamos de outra coisa para fazer. Devo ir pegar algo no painel ou você escolhe, jovem? Aliás, qual o seu nome? Virou-se para o garoto de cabelos louros, já havia um tempo desde que se "conheceram", porém, nenhum dos dois disse seu nome um para o outro.

- Meu nome é Neeltath. Quanto ao painel, tanto faz. Pode escolher você.

Sua face inexpressiva parecia estar mudando para uma um tanto desanimada e entediada.

-O meu é Tharja. Saiu de cima da cadeira e foi direto até o painel, esticou o braço e começou a apontar o dedo, vendo os vários pedidos ali, puxou um e foi até o garçom mais próximo que viu. -Poderia me informar melhor sobre isso? Lhe mostrou o papel.

- Espera, Neeltath? Neeltath do vilarejo fodido perto de Hammerfall!? Exclamou Adelrik, surpreso pelo fato do garoto ter sobrevivido durante tantos anos - Achei que estivesse morto há muito tempo.

Ele se virou rapidamente para Adelrik.

- Como diabos você sabe disso?

Perguntou, enquanto uma expressão curiosa brotava de sua face.

- Não se lembra de alguém chamado Adelrik? Pois então, sou eu. Disse, estendendo a mão para cumprimentá-lo.

- Ah. Quanto tempo, Alderik.

Falou. Não parecia estar nada surpreso ou animado. Ele ignorou a mão estendida de Alderik, como se a mesma não existisse. O rapaz então começou a observar a movimentação da taverna.

O garçom, que estava entregando copos grandes cheios de cerveja, parou para ler o papel. O garçom forçava os olhos, e quando, enfim, conseguiu ler pegou os copos que estavam cheios de cerveja, e os levou para a cozinha. Voltando da cozinha, ele explicou calmamente para a garota. O papel se tratava de um pedido sobre construção de uma oficina.

— O senhor James, daqui de Durenor está precisando de uma oficina de trabalho. Com isso, ele precisa de um mecânico, um construtor e um ferreiro, para que já tenha coisas para vender. Ele disse, que, se o ferreiro for realmente bom, ele o contrate permanentemente — O garçom, deu uma longa respirada, após uma longa explicação, e encarou os olhos da garota — Acha que consegue fazer um trabalho desses ? Lembrando, é uma oficina que será erguida do zero — Adicionou o garçom, com um olhar de desafio para a garota.

Viu o garçom com copos grandes e cheios de cerveja e ouviu ele lhe responder, assim que ele terminou de falar, respondeu. -Eu aceito a missão. Lançando um olhar semi-cerrado e com um sorrisinho, o retribuindo. Voltou para aonde os dois homens estavam. Pegou o bilhete e deu ele para Neeltath. -Ferreiro, construção, blá blá blá. Serve?

O rapaz pegou o bilhete, olhando para o mesmo enquanto ouvia Tharja. Ele então descuidadosamente deixou o papel cair na mesa, e olhou para ela.

-...Não.

Cruzou os braços, virando sua cabeça para o bilhete e o encarando.

-Sério. Pausou por um momento e virou-se para o atendente atrás da divisória. -Você é muito fresco.

- Eu sei e eu também não ligo.

Disse, enquanto apoiava a cabeça na mesa lentamente e soltava um suspiro.

-Vamos, me pague algo para beber de uma vez. Pôs seu cotovelo sobre a divisória e debruçou seu rosto ali, olhando na direção do rapaz.

Olhou para ela, lançando um olhar frio.

- Não insista.

-Ou o que? Vai me matar e me estuprar? Riu ela, notando o olhar frio.

- Talvez.

Respondeu, olhando para o outro lado.

-Você responde tudo com talvez. Suspirou levemente. -O que aconteceu com você? Você foi abusado quando era criança ou algo do tipo?

- Eu matei gente pra caralho e fodi com o meu vilarejo.

Respondeu, olhando para ela novamente com o olhar frio. Então virou-se para Alderik e apontou para o mesmo.

- Com a ajuda dessa montanha de músculos ambulante, aqui.

-Certo. Respirou profundamente e se recompôs na cadeira. -E por que você fez isso?

Suspirou, fechando os olhos e cruzando seus braços.

- Sei lá.

-Wow. Então você simplesmente matou um vilarejo então por que "Sei lá"? Virou seu corpo para o rapaz, fazendo aspas com os dedos.

Abriu seus olhos, então olhou para Tharja.

- É. Mas só porque o Adelrik propôs um joguinho de matar pessoas, então foi por diversão, eu acho.