Cidade de Innsmouth

Heinz havia entendido a situação e, consequentemente, ficou mais tranquilo. Da mesma forma, também fiquei. Em seguida, nos deu sessenta ouros, dizendo para irmos até a pousada mencionada pelo homem estranho de antes. Enquanto Alierris pegava as moedas, sorri alegremente.

— Muito obrigada, senhor Heinz. Até logo. — agradeci e também me despedi brevemente.

A ruiva perguntou-me se iríamos diretamente para a pousada ou se faríamos outra coisa, porém, antes que pudesse responder, Tsuru surgiu. Ele, por sua vez, perguntou a respeito do rapaz loiro que conheci anteriormente. Olhei-o confusa, afinal, me recordo de ter visto ambos juntos quando partiram.

— Não o vimos. — falei desanimando um pouco — Devemos procurá-lo? — perguntei. Apesar de estar cansada e saber que deveríamos ir para a pousada, talvez não tivesse problema em encontrar o rapaz primeiro.

Antes mesmo de poder responder à Airen, Helena logo aparece dando as novas ordens, prosseguindo com uma pergunta.  — Oh, eu acho que o perdi pelo caminho. — Diria me virando para Helena com uma expressão envergonhada. Talvez devesse ter tido um pouco mais de atenção, mas agora já era tarde e precisávamos partir, segundo Helena, com ou sem Neel.

— Certo, vamos lá. — Diria na intenção de demonstrar que estava disposto à partir à qualquer momento, já posicionado sobre seu cavalo.

O homem de decrépita aparência arrasta Mannuel até a cama anterior. O macabro sorriso de antes mantinha-se em sua face e seus olhos arregalavam-se curiosos em relação ao Myrddraal, fazendo com que seu semblante fosse como a visão do inerno. Mannuel olhava direto para ele, uma vez que ele estava ao seu lado, encarando-o continuadamente.

Uma voz feminina ecoou pelo local: decerto era a suposta Elizabeth, mulher a qual o homem conversara anteriormente a respeito de Mannuel.
— O que você disse? Que ele não tem olhos? — Indagou a mulher. Seu sotaque era um tanto quanto estranho, sua voz parecia retardar mais a cada pausa que fazia entre palavra e palavra.

O homem esfregava suas mãos pela superfície de onde deveriam estar os olhos de Emannuel e afirma novamente à mulher.
— Exatamente. Não é preciso contar à Troy nada a respeito do invasor. Ele não sabe de nada; ele não viu nada! — O homem começou a gargalhar de maneira insana — Não seremos punidos por falhar novamente, meu amor...! — Suspirou, aliviado.

A mulher aproximou-se de Mannuel e também tocou a superfície na qual deveriam localizar-se os olhos do rapaz, curiosa. Sorriu, embora este não fosse tão sinistro quanto o de seu parceiro.
— E quanto aos outros? O que faremos? — Indagou a mulher, com um tom de voz que demonstrava tamanha preocupação, embora mantivesse seu estranho sorriso no rosto.

— O Yog-Sothoth. — Disse o homem, pegando na mão de Elizabeth e sumindo do campo de visão de Mannuel.

Mannuel pode sentir suas forças retornando gradualmente.

Um bêbado de aparência velha e moribunda o qual sentava-se próximo à Sarah e Samael prestava atenção na conversa dos mesmos, decidindo intrometer-se quando bem queria. Levantou-se do chão, tonto, aproximando-se deles.
— EEEEEu já vi issso... — e soluçou, perdendo o fôlego, mas recuperando-o logo em seguida. Seu tom de voz era torpe e retardado. Fato que se devia ao excesso de álchool ingerido por ele anteriormente — D-De onde v-vocês... vêm? — Questionou. Não conseguia manter-se ereto, então apoiou-se no vampiro quando estava prestes a cair.

O bêbado caiu sentado no chão, mas parecia não se importar. Ficou atento às palavras de Helena.

— Entendo... v-viajantes... — E soluçou novamente.

Deu um gole em sua bebida e ergueu a garrafa, sacodindo-a, na imaculada esperança de que ainda lhe restasse um pouco. Sua expressão tornou-se frustrada, mas o velho arremessou a garrafa contra a calçada e virou sua atenção para o grupo que estava a sua frente.

— H-Há umas s-semanas atrás, um grupo de aventureiros passou por aqui... — soluçou — e Troy os mandou para a pousada do Mc, mas nunca mais os vi. Essa cidade 'tá ficando louca... — Explicou — É claro... — soluçou — T-Tem muitas coisas que eu poderia lhes dizer, mas isso t-tem um preço! — Propôs.

— Isso depende do que vão querer saber... — Disse, com uma entonação de voz a qual emitia certo mistério, apesar de que tal tentativa era ridicularizada pela própria falta de controle com a própria voz, uma vez que estava bêbado. — Mas, para começar, vou querer duas garrafas de alguma bebida alcóolica beeeeeeeeeem forte! — Sorriu — Pois como podem ver, a última que me restava foi pra merda. — Disse o homem, apontando para a garrafa a qual tinha acabado de arremessar ao chão.

O bêbado "fechou a cara" diante das palavras da mulher, mas logo sorriu maliciosamente para ela.

— Já ouvi essa história aí muuuitas vezes... — soluçou — M-Maas não de moças tão bonitas quanto você! — Elogiou-a, tentando levantar-se do chão desajeitada e apressadamente — Vou confiar... e-em você.

Ficara impressionado com o quão a mulher havia conseguido convencê-lo, mas sabia que, de toda forma, poderia estar sendo enganado. Confuso entre seus pensamentos, assente positivamente com a cabeça para Helena.