Cidade de Innsmouth

Isso estava demorando a ficar sinistro... Pensei, no exato momento em que senti a força agindo contra minha vontade. Me surpreendi ao ver que o caminho fora fechado, ou talvez eu simplesmente tenha sido teletransportado para o lugar onde estava naquela hora; Não consegui chegar a nenhuma conclusão e não tardei a estremecer, pois os ruídos, os sussurros e os barulhos pareciam ser emitidos por um ser – mesmo que parecessem ser vários sussurros. Ser que nunca vi, e agora estava torcendo para não precisar ver.

Quando venci meu medo, comecei a andar, fazendo passos cuidadosos e lentos. Ainda segurava as adagas, tentando manter minha mão firme. Tentei aumentar ainda mais meus sentidos, e continuei andando pela caverna, afim de chegar à algum lugar.

Passei pelo túnel e encarei a caverna. Continuava com minhas adagas em mãos e com os sentidos mais aguçados.

Parei de me mexer bem no momento em que vi tal criatura; Estava espantado e não sabia o que fazer, no entanto, continuei segurando firmemente minhas adagas.

— Quem é você ? — perguntei. Tive medo de recuar, não sabia se a criatura era hostil ou pacífica, então, dei um passo para atrás e parei, com a cabeça virada para a criatura. Se a criatura fizesse alguma coisa, tentaria de alguma forma me esquivar ou me proteger.

Vendo que a criatura não era nada pacífica, me mexi com agilidade e rapidez contra seu ataque hostil, tentando desviar do tentáculo e me manter em uma longa distância. Se não conseguisse somente desviar, iria tentar cortar o tentáculo com a adaga e recuar.

Se tivesse tempo, pegaria meu pote que guardava o líquido de ferro e transmutaria para transformar minha adaga em uma espada de médio-alcance, uma espada bem afiada e resistente. Guardaria o pote e seguraria do melhor jeito a espada, mantendo a outra adaga normal, do tamanho original.

Minha dor era incrivelmente interessante. Era uma dor agonizante, horrível de se aguentar; No entanto, eu conseguia senti-la mesmo depois de ter o corpo perfurado. Pensando melhor, não era a dor que era interessante, e sim a tal criatura que conseguirá, mesmo sendo somente tentáculos e olhos, ser rápido para perfurar meu corpo. Meus pensamentos eram rodeados de possíveis soluções e do que poderia ser tal criatura. Porém, infelizmente, não consegui pensar direito, era quase impossível, já que havia sido perfurado e estava sentindo uma dor incrivelmente intensa. Só conseguia pensar em como me livrar daquilo, e como resolver o buraco em meu corpo. Me mexi, tentando sair dos tentáculos de qualquer jeito, estava realmente desesperado.

As vozes femininas serviram para me deixar em mais pânico, mas que logo se transformou em puro orgulho, deixando somente o pânico de ter um buraco no corpo. Como eu poderia deixar as pessoas me verem tão derrotado dessa maneira ? Se alguém me ver assim, como poderei aguentar ficar com a cabeça erguida ? Eram os pensamentos que rodeavam minha mente.

Tentei me acalmar e sair dali, se fosse possível, iria se afastar e tentar novamente transformar minha adaga em espada. Os pensamentos logo cessaram, e o únicos sentimentos que haviam em mim era o pânico e a vontade de querer sair dali.

Me levantei em um impulso, ficando sentado na cama. Verifiquei todo meu corpo para ver se não havia um buraco ou um machucado. Concluindo que não, me levantei e encarei o local que me encontrava. Visualizei as estantes e o armário. Se houvesse algo nas estantes, veria, e se fosse algo legível, leria. Abri o armário e fiz o mesmo que havia feito na parte da estante.

Depois de ver tudo, pegaria uma das tochas e sairia do quarto, explorando o lugar. Me interessei pela armação, que da onde eu estava no momento, não era possível distinguir. Comecei a andar até o local, mas retirei minha adaga antes de começar a andar. Por fim, fiquei segurando uma tocha com uma mão, e com a outra, que estava livre, segurei a adaga. Agucei meus sentidos, e fiquei novamente preparado para qualquer coisa.

Não tinha o que fazer, só conseguia ouvir as palavras e memorizar o físico e o rosto dos que eu conseguia ver. Tentei imaginar o que poderiam ser aquelas pessoas, e quem poderia ser o tal "Troy".

- Bom... então está tudo certo. Esse lugar é estranho mesmo, já sabemos disso. - Heinz relaxou e virou o corpo para certificar-se de que seu cavalo ainda estava ali. Aproveitou para observar o movimento da cidade. - Devo admitir que tenho grande curiosidade quanto aos segredos daqui... Enfim... - Ele colocou uma das mãos nos bolsos e coçou sua bochecha com os dedos enluvado da outra. Alguns fios de barba aleatoriamente posicionados podiam ser vistos no rosto do justiceiro, que já partida de Breonne a dias e sentia-se deveras cansado pela falta de descanso. Suas olheiras ajudavam a formação da barba a ressaltar isso - Creio que queiram descansar. Peguem meu dinheiro e vão até a pousada do homem que veio nos contatar agora a pouco. Assim que Mannuel voltar eu irei até vocês, está certo? - Disse, entregando às meninas 60 ouros.

Abri meus olhos. Estava exatamente na frente do portão da cidade, portanto resolvi adentrá-la sem procurar por nenhuma entrada alternativa. Dei alguns passos para a frente, suspirando logo depois. Já faz um tempo que não como alguma coisa... Virei a cabeça lentamente para os lados, observando a "bela" paisagem que a cidade oferecia.

— Até mesmo na manhã esse lugar consegue dar um ar sombrio... — Comentei para mim mesmo, em um tom baixo. Dei outro suspiro, e resolvi continuar parado onde estava.

Observo as duas indo embora e rapidamente saio dali, andando pela cidade para observar os moradores.