Cidade de Innsmouth

O soldado temia que o homem soubesse do conhecimento do grupo sobre a armadilha, mas não deixou isso perceptível. Apenas pegou a chave e assentiu com a cabeça para o homem.

-Agradeço novamente. Qualquer dúvida, nós procuraremos o senhor. -Respondeu e virou-se para seu grupo -Vamos?

— Vou ficar no mesmo quarto que ele ou vou ganhar uma chave também ? — perguntei, me aproximando do homem que havia aparecido. Inexpressivo, virei minha cabeça para ele.

Heinz apertou seu olhar para a estranha e assustadora figura do McBubbles. Aquele homem poderia estar por trás de algum desaparecimento? Só podia ser um intermediário. Assim que o homem sumiu de vista, o soldado se virou para o grupo. - Bom... Acho que devemos ir até lá então. Nosso grupo está bastante reduzido, mas creio que juntos somos suficientemente fortes para resistir a qualquer coisa que nos venha a acontecer, certo?

Ele não esperou a resposta, apenas esboçou um sorriso e seguiu para a pousada. Antes de adentrá-la, deu um lungo suspiro e beijou o amuleto da Ordem dos Justiceiros.

Dei um sorriso sádico e cruel quando o homem me encostou, e deixei minha cabeça virada para a pousada. Esperei com que todos entrassem para poder segui-los. Era obvio que isso era uma armadilha, quem iria chegar em um grupo de forasteiros e convida-los para sua pousada ? Como não notaram isso ? Que decepção... Foi o que eu pensei enquanto adentrava no local.

Heinz não pôde deixar de ver cada detalhe do local. Ao contrário do que ele esperava, parecia de fato uma pousada simples. Quanto o recepcionista indicou a direção, o soldado estranhou. McBubbles teria falado àquele homem sobre o grupo? De qualquer maneira, Heinz apenas agradeceu e seguiu o caminho até o quarto 2A. Um pouco nervoso, abriu a porta sem nem perceber que sua mão estava pousada sobre o cabo da espada.

Não estava muito nervoso, para falar a verdade, estava muito curioso para se preocupar com algo. Mas como sempre, estive atento com todo e qualquer acontecimento. Realmente aquele cara é sinistro e no mínimo interessante, e esse recepcionista também não era nada diferente; Foi o que eu pensei enquanto caminhava em direção ao quarto, seguindo Heinz.

Heinz entrou lentamente no quarto e verificou cada cômodo. Aquilo era mais estranho que qualquer coisa que ele imaginava encontrar... o quarto era vazio. Com uma expressão de dúvida no rosto ele virou-se para o grupo


- Acho que a armadilha acontece quando o grupo não está preparado. Como ainda podemos usar algum descanso, sugiro que façam isso. Eu ainda aguento tempo sem dormir, então estarei alerta a qualquer anomalia. -Disse ele, num sussurro. Fechou então a porta do quarto e analisou o ferrolho.

— É claro, esperava que quando a gente entrasse no quarto o chão abrisse ? — Caçoei, brincando com todos que estavam ali, achei que isso seria o bastante para diminuir o nervosismo, ou até transmitir todos os sentimentos ruins para mim, de algum jeito — Eles vão esperar alguma coisa acontecer, eu acho, eles não parecem tão burros — continuei, parando alguns segundos para pensar que devia ser por isso que os outros reinos só notaram o quão estranho estava há algumas semanas.

Me sentei em uma das cama e tirei minhas botas sujas. Isso vai dar um trabalhão para limpar, pensei, depois de tira-las e por os pés em cima da cama. Com os pés virados para os pés das camas, me arrumei na cama um pouco mais para trás, até sentir o travesseiro em minhas costas. Arrumei o travesseiro um pouco mais para cima, afim de deixar meu corpo ereto.

— O que nós iremos fazer ? — perguntei, com a intenção de ver o que cada um estava pensando naquele momento.

Heinz esboçou um sorriso com a tentativa de distração de Mannuel e concordou com o companheiro.

- Sim, eu acredito que vão nos esperar dormir. Somos tão previsíveis? - Brincou enquanto procurava alguma cama livre.

O justiceiro então pegou seu livro no bolso interno da jaqueta e sentou-se na posição de lótus em uma das camas. Abriu em uma página qualquer, e voltou sua atenção para o grupo novamente quando o myddraal perguntou sobre os próximos movimentos.

- Bom... - Começou o soldado, falando num tom alto apenas o suficiente para que o ouvissem. - Tudo que sabemos agora descobrimos nos dividindo e investigando, então creio que esse seja o melhor a se fazer. Devemos descobrir sobre o que acontece com o dono da pousada, para onde vão as pessoas que desaparecem e quem mais pode estar envolvido nesses sequestros que vocês me reportaram. Dessa vez, entretanto, acho que o melhor é trabalharmos juntos. O que acha?

— Não tenho porque descordar — comentei, diante do plano de Heinz. Realmente não conseguia pensar em nada naquele momento, nada que pudesse ser melhor que o atual plano.

Ouvi o comentário de Airen sobre os forasteiros e minha expressão mudou, ficando algo entre preocupado e sério. Nada muito diferente de seu rosto normal, mas dava pra interpretar e notar algo desta expressão — Continue só imaginando, não irá gostar de ver... — falei, um pouco baixo. Se ela estivesse atenta, teria escutado perfeitamente, se não iria acabar perdendo algumas partes e por isso ia perder um pouco do sentido.

Depois do comentário que fiz para Airen, arrumei meus braços atrás de minha cabeça para que fiquem confortáveis e para que eu descanse melhor, sem cair no sono. Fechei, por alguns minutos, os meus olhos. Tempos depois, abri meus olhos, arregalando-os.

— Heinz, seus superiores não disseram que só precisavam de informação? — falei, virando minha cabeça em direção à ele — Quero dizer, deve ter um motivo para eles precisarem só de informações, e não de ações diretas... Não acha ? — minha expressão exalava dúvida, mostrando que eu estava realmente me esforçando para descobrir o que estava acontecendo — Acho que deveríamos voltar, quer dizer — comecei a gaguejar — O que eu vi não era para estômagos fracos, e não acho que simples humanos teriam feito aquilo em tão pouco tempo — continuei, dando algumas pausas e gaguejadas durante a fala — Tempo, eu digo, o intervalo deles notarem que Innsmouth estava suspeito e de nos mandarem para cá — terminei, dando um longo suspiro, como se tudo estivesse saído de uma só vez, mesmo que tivesse feito pausas necessárias.

Heinz então ajeitou-se na cama e manteve sua atenção no livro, deixando de ler as mesmas linhas de sempre apenas quando Mannuel chamou sua atenção. O soldado pensou um pouco antes de responder.

- Não considero meu relatório completo, não sabemos exatamente o que se passa aqui. Se vossa opinião for compartilhada pelo grupo, podemos deixar o caso como está. Eu, entretanto, apoio que devemos investigar McBubbles. - Disse Heinz, observando as meninas do grupo para ver suas respectivas opiniões sobre a questão