Taverna Flecha Sangrenta

— Claro ! — falei, dando um sorriso falso, no entanto, convincente. Como estava esperando nunca mais vê-la, aceitei o trato sem problemas. Então, logo após toda conversa, chamei algum atendente.

Thorfinn caminhava despreocupadamente com seu copo pela taverna, era claro que a maioria das pessoas só prestavam atenção em suas próprias conversas e que uma ação ali, poderia demorar a ser notada, o garoto por sua vez, decidiu por animar o local, sua personalidade sarcástica, o fez crer que seria uma boa diversão, começar uma briga. Enquanto caminhava a uma mesa com diversos jogadores, fingiu tropeçar logo antes, fez uma imitação deveras graciosa, certamente as poucas pessoas quem poderiam está prestando atenção, achariam que aquilo realmente foi um tropeço, ele cambaleou alguns passos e então se atirou sobre o jogo e moedas, molhando algumas pessoas com seu copo.

O som de tudo vindo ao chão foi tudo o que se pode ouvir entre todo o salão a conversa parecia se cessar aos poucos para que se pudesse entender o que havia se passado, enquanto a maioria das pessoas buscaram de relance aquilo que poderia ter acontecido,o jovem continuando com sua atuação, tratou de levantar rapidamente enquanto puxava algumas moedas para seus bolsos com as mãos, não estava machucado, porém não poderia deixar que as pessoas ali notassem que não se passava de uma farsa, então tratou de ser rápido antes mesmo que alguém pudesse reparar no que havia acabado de ocorrer, ele já estava em pé, puxando a mesa de volta ao seu lugar avermelhado como se estivesse com vergonha.

—Ai! aaaah me desculpe acho que bebi um pouco além da conta. — Ele tentava atrair a atenção pra si enquanto recolhia as coisas que havia derrubado, parecia está super envergonhado com toda aquela cena, certamente aquilo havia de ser cômico bêbados tropeçando e fazendo besteira, era algo hilário para a maioria das pessoas. — Mil desculpas, sério, eu não fiz por querer, acabei por tropeçar no pé daquele bom homem logo atrás de vocês — Apontava o garoto, enquanto continuava a arrumar a mesa esperando uma reação daqueles a quais acabava de se esbarrar

Os jogadores estavam no meio de uma partida de poker, e estes jogadores eram 4 guardas que logo se levantaram, com raiva.

— Quem você ta pensando que é ? Seu filho de uma puta! — falou um dos guardas.

— Ciumento com vossa pessoa? Pois eu achei a maior graça. Alias, aposto que ele deve ser o lado sensível de vocês dois, não é? Que tipo... De negócios realizam juntos? Vendem alguma coisa ou algum serviço?

Oh merda.

Certamente esses dois tinham atiçado minha curiosidade, coisa perigosa se tratando de estranhos. Tudo que tenho deles são nomes, verdadeiros ou não, e nada mais. Podem ser qualquer um, fazendo qualquer coisa.

E isso é perigoso.

E fascinante.

Maldito gênio de querer se intrometer e saber mais sobre as coisas.

— Faço o que todos fazem, apenas bebendo e buscando me distrair do estresse diário reconte ao trabalho. E você, meu senhor? O que buscas aqui?

Continuei a olha-lo atentamente, com a sobrancelha levemente erguida. De repente um outro estrondo chamou minha atenção, ao que parecia, uma confusão estava a se formar com o tal amigo dele.

Confusão das grandes, devo mencionar.

— Alguém vai se encrencar feio, eu espero que ele seja rápido ou forte, por que senão ele morre. Esses homens estão bêbados demais para pensar em outro destino.

Corri meus olhos pela cena e voltei ao homem perto de mim, esperando por sua reação perante ao perigo do outro.

— Você fala de um jeito como se fossemos namorados. — disse em tom risonho.

— Vamos dizer que os nossos serviços podem beneficiar algumas pessoas. -Quando o barulho ecoou pelo bar, eu tive a certeza. " Thor fez alguma coisa ".

Virei o meu olhar para o barulho, os guardas furiosos com Thor.

— Com licença Mary. — caminhei em direção a eles preocupado, eu não estava sequer pensando em roubar naquela situação. A segurança do meu parceiro era inevitável.

— Olá senhores, me desculpe pelo mal entendido. — falei sem jeito para os senhores de armadura.

— eeeeeh... Calma eu apenas hic! tropecei, eu juro que hic! em momento algum tive a inte- hic! intenção de atrapalhar o jogo de vocês! — Dizia o mesmo enquanto procurava amenizar a situação. — Eu poderia jurar que não foi minha culpa, mas eu acabei caindo!— Dizia o mesmo enquanto fingia está bêbado, fazia suas bochechas corarem.

— Você ! — falou um dos guardas apontando para Kaglane — Você está junto com ele ? — perguntou o guarda, se referindo ao bêbado.

O hidromel quente temperado com canela e gengibre caíra como uma luva naquela noite fria. E ainda de acompanhamento, uma briga entre alguns homens estava prestes a acontecer. Não que fosse de meu interesse, mas naquela noite qualquer fagulha me animaria. Me ajeitei na cadeira de forma que pudesse ver os homens discutindo e apoiar meu cotovelo no balcão.

Chegando na taverna se depara com os mesmos dois que estavam lutando contra aqueles monstros, se sente um pouco culpado por não ter ajudado, mas o que poderia fazer um arqueiro em uma situação daquelas, não é mesmo? Então senta-se perto deles e tenta puxar conversa para tocar no assunto depois.

Ele olha para o lado diretamente para novo homem que havia se juntado a ele e seu colega.

- Quem é você?

Ele pergunta pois o homem parecia os conhecer de algum lugar.

Vendo que conseguiu um resultado, não evitou e acabou puxando o assunto sobre a luta de mais cedo:
-Então, eu vi vocês lutando, mas obviamente como arqueiro não pude ajudar em muita coisa naquela escuridão, desculpa. Mas eu quero que vocês me digam uma coisa, por acaso vocês viram uma sacola com algumas peles de animais?

- Não, não pudemos ver muita coisa, com um exercito de mortos-vivos mutantes querendo nos devorar, sabe?

Ele comenta sarcástico, e move sua mão livre para o cabo da katana, estreitando os olhos de leve para o elfo.

- Que legal não ter ajudado, né?

Me remexi, incomodada. O clima na taverna havia esfriado e, se continuasse de bobeira, minha bebida esfriaria também. Peninha. Voltei a posição inicial, voltada para o balcão, aproveitando para pedir alguns petiscos para as garçonetes que passavam por ali.

Ja percebendo a ação agressiva do homem, prepara um dos seus frascos de veneno e diz:
Opa, calma ai, nem te conheço mas que tal nos acalmarmos e conversarmos pacificamente?

Ele sorri sombrio e ergue uma das mãos com a palma voltada para cima, de modo a luz da taverna fazer sombra em suma palma, ele então muda o formato da sombra para criar uma espécie de espada com a mesma ao mesmo tempo que cria uma esfera de trevas.

Tudo não passava de um blefe para assustar um pouco o elfo, pois a esfera era mais para escurecer o local até nenhum deles poder ver nada, alem do próprio usuário.

- Certo.... Mas se é tão ágil com essa flecha agora, porque não foi ágil para entrar na minha escuridão e atacar a porcaria dos mortos-vivos a queima-roupa quando teve a chance?

Rindo da situação de uma maneira estúpida, Vaal guarda seu frasco e pergunta:
-quer tentar acertar um alvo em movimento na completa escuridão? Vamos lá, eu te empresto meu arco.

Ele suspira e desfaz sua magia, acenando com a cabeça que não.

- Tudo bem, esqueçamos isso.... Agora.... Kino que tal...

Ele sussurra algo no ouvido do garoto: Eu escureço o lugar todo e nós roubamos toda a galera, o que acha?

Assim que ouviu as palavras de Nemesis, apenas assentiu. Surpreendentemente, emitiu um grande sorriso ao ouvir isso. A íris avermelhando-se também parecia notável.

- Espere um pouco. - Disse, enquanto saia do banco e ia até o lado de fora da taverna. Olhou ao redor, para ver se não havia ninguém olhando. Assim que teve certeza de que ninguém estava o observando, escureceu o tom de seu cabelo e a pele, também modificando a cor dos olhos para verde. Então tirou a sua blusa azul, ficando apenas com a sua camiseta de coloração negra, e após esperar alguns momentos, adentrou a taverna novamente.

O sorriso emitido em seu rosto parecia natural o suficiente, pelo menos para o garoto. Cutucou de leve as costas de Nemesis, como um sinal para que este começasse o plano.

Graças aos ouvidos elficos de Vaal ele consegue ouvir tudo e logo se vira para os dois e diz:
-Boa sorte com o plano, apoio completamente e juro que não direi à ninguém, só não quero ficar no meio disso.
Então Vaal sai da taverna e começa a olhar as estrelas.

Ele trava por causa da voz e por não ser afetado por sua magia, ele pode ver a criatura. Por dentro fica aterrorizado, porem ao mesmo tempo extremamente curioso tanto que seu terror lentamente desaparece, depois de lutar contra mortos-vivos, aquilo não era tão horrendo.

- Humm.... Vai matar todos aqui, ou tem como escaparmos do fim certo?

Ele pergunta para a criatura, com uma voz baixa, porem sabia que o ser poderia o ouvir.