A súbita aproximação de Sarah me pegou de surpresa, e quando dei por mim o frágil corpo da garota estava por cima do meu. Tudo que eu conseguia ver era inocência e curiosidade, o que me deixou sem saber como agir.
- Bem... - Murmurei, ainda catatônica. - Espere, vamos achar um lugar melhor para conversarmos.
Segurei em sua cintura e a pus sentada novamente, então caminhei até a ponta do telhado e me abaixei, havia uma janela ali. O edifício aparentava ser antigo, e não habitado a muito tempo. Estiquei o braço e empurrei a velha janela de madeira, de onde saiu uma grande quantidade de poeira, o que me fez tossir e espirar. Porém aquilo revelou um quarto vazio e fechado, onde não havia nem mesmo mobília. Era reservado, poderíamos conversar ali.
- Certo Sarah, faremos isso rápido, peço que confie em mim, tudo bem? - Falei enquanto me levantava e já a encontrava ao meu lado. - Vamos descer, mas sem voar. Vai ter que segurar firme em mim enquanto eu salto daqui lá pra dentro, segurando na ponta do telhado. - Pude ver o nervosismo e hesitação em seu rosto, o que me deixou preocupada. - Esta tudo bem, vai ser melhor para conversarmos. - Ela assentiu após um momento, e então a peguei no colo.
Sarah pôs suas pernas em torno da minha cintura, e deitou a cabeça em meu pescoço enquanto se agarrava firmemente. Levei a uma das mãos até sua cintura e segurei com força, para que ela não caísse, e então me encaminhei até a ponta do telhado. Certo, aquilo me deixava mais nervosa do que saltar até o quarto. - Vamos lá, segure firme.
Sem esperar saltei, segurando com a mão livre na ponta do telhado, mas ao fazer isso a ponta rompeu, o que me obrigou a segurar a janela e nos impulsionar para dentro de forma bruta. Deixei escapar um leve grito quando o corpo de Sarah caiu sobre o meu, a madeira era empoeirada, todavia mais quente do que o telhado.