Estábulos de Hyacinth

Quando vi que o cavalo já não me temia o montei, aguardando apenas por Sarah e Mannuel.

- É um prazer poder trabalhar contigo, também. - Disse por fim, já que os outros haviam ficado em silêncio.

Por alguns segundos, que lhe pareceram minutos, Sarah considerou suas opções, não estava confiante o suficiente para andar sozinha, mas se algo acontecesse, Mannuel precisaria de espaço para agir. ー Eu... Vou sozinha, sei pelo menos o básico, mas... ー Olhou o cavalo por diferentes ângulos, parecendo pensativa. ー Você me ajuda a subir. ー

— Tudo bem, então — preparei-me para ajuda-la a subir. Abri a palma de minha mão direita do lado do cavalo, e disse para Sarah :

— Tente subir pela minha mão — eu não me atreveria a facilitar muito as coisas, já que, quando se ganha algo fácil, se perde algo fácil.

Afirmando com a cabeça, ela apoiou as mãos no tronco do animal e o pé nas mãos de Mannuel, se preparou e colocou toda sua força nos braços para conseguir subir. Quando finalmente conseguiu, abriu um sorriso orgulhoso e fez um sinal de positivo para ele. ー Tudo certo, obrigada Mannuel! ー

— Vê se não vai cair daí, se não vai ser um desperdiço de ervas da Helena — falei, agora sem abaixar o tom e nem elevar, deixando numa frequência normal. Enquanto falava, cheguei perto do último cavalo livre e subi no mesmo sem problemas, com isso, gritei para o soldado.

— Podemos ir ? — minha cabeça estava virada para o soldado, e minhas mãos já estavam preparadas para controlar o cavalo.

ー "De nada Sarah, disponha." ー Imitou exageradamente o tom de voz do rapaz, e por impulso lhe mostrou a língua. ー Helena? ー Virou-se para verificar se a morena já tinha subido, quando a viu montada no cavalo, acenou para que se aproxima-se mais.

Heinz apenas assentiu com a cabeça e puxou as rédeas do cavalo, conduzindo-o para a saída do estábulo sem pressa.

- Continuaremos daqui diretamente até Innsmouth, parando apenas nas Montanhas Blacksbroud para acampamento. - Heinz parou o cavalo e olhou para o céu, já na saída do local - Que o Criador esteja conosco. - Sussurrou apenas para si e prosseguiu seu caminho até a saída de Hyacinth.

Por algum tempo me deixei acariciar o pescoço do grande animal, tamanha era sua beleza que me deixava encantada. Quando ouvi Sarah me chamar me virei para ela, e o mesmo fez o cavalo o qual eu montava. Dei leves tapinhas em seu dorso, e então o fiz seguir até onde ela estava.

- Vamos então? - Antes que ela pudesse responder segui o cavaleiro, parando um pouco mais a frente para ver se estavam vindo.

Logo em seguida de Heinz, puxei as rédeas do cavalo, fazendo com que o animal corresse para acompanhar o soldado. Chegando perto do homem, fiz o cavalo desacelerar um pouco, e acompanhei os passos do soldado de Breonne.

— Vamos logo, garotas — falei, antes de chegar ao lado de Heinz.

ー Já sei, já sei! ー Apesar de estar um pouco incerta, Sarah puxou levemente as rédeas e seguiu entre Mannuel e Helena.

Enquanto os dois rapazes ficavam a frente, mantive a velocidade ao lado de Sarah que ainda parecia um tanto insegura.

- Qualquer coisa, apenas peça ajuda esta bem? Cavalos são dóceis, apenas se deve aprender lidar com eles.

Após entrar a cidade, Hayleigh logo avistou um estábulo e se aproximou dele, parou o cavalo próximo a cerca e desceu, procurando alguém para o atender.
"Espero que eles atendam a noite..."   pensou, enquanto se aproximou de uma cabine de madeira, onde poderia ter alguém para o atender. Ao chegar, bateu na porta suavemente e esperou.

Os estábulos de Hyacinth permaneciam fechados durante a noite, uma vez que a violência tornava-se maior nesse período do dia. O local estava completamente fechado e ele era capaz de ouvir os cavalos relinchando lá dentro.

Após bater a porta novamente, notou que não seria atendido agora.
- Droga...- murmurou, enquanto voltava próximo a Thor. Ao chegar acariciava o pescoço do animal enquanto pensava em onde ir "Talvez tenha algum bar aberto por aqui, mas não vejo ninguém para pedir informações e não quero voltar até os guardas... bem, vamos apostar que de onde tem barulho, tem festança. " Assim, subiu em Thor e começou uma cavalgada calma até o local agitado e desconhecido.


MDT: ???? (Narrador)

Taverna.

Cheguei no local, um pouco incomodado com meu cheiro, mas quase acostumado. Encontrei o cocheiro e perguntei para ele:

— Por quanto está vendendo o seu melhor cavalo? — falei, encarando o cocheiro em seus olhos.

O homem, que andava entre os estábulos para verificar o estados de seus animais, arqueou uma sobrancelha ao ouvir a pergunta do rapaz que subitamente havia parecido em sua frente. Ele o encarou, o mediu de cima a baixo, e logo soltou um riso debochado.

- O senhor não me parece ter a quantia necessária. Mas caso se interesse, tenho alguns pôneis que podem lhe servir. -

— Entenda — falei, abaixando a cabeça — Não estou tão necessitado de uma montaria, então... Se continuar caçoando, vai perder bastante ouro, eu diria — continuei, voltando a olhar o cocheiro nos olhos, desta vez com uma expressão séria, mostrando que não estava ali pra brincadeira.

— Não tenho o dia todo, mostre-me logo o seu melhor cavalo — ordenei, começando a andar pelo estábulo, procurando um cavalo de boa aparência.

O homem soltou pirragueou e logo assumiu uma expressão séria, seguindo o rapaz. - Nossa politica com os melhores cavalos são diferentes. Mostre-me o ouro, primeiramente. - Abriu um sorriso de canto.

— Não assegura sua própria segurança ? Tsc... — falei, produzindo um som de desprezo no final da frase. Logo em seguida, tirei um pouco de ouro de dentro da calça de couro, enchendo a mão e depois abrindo-a com cuidado para nenhum cair no chão.

— É o bastante para essa política? — perguntei, ironizando a tal política que o cocheiro havia dito.

O homem encarou o ouro reluzente e, ignorando o desprezo do homem, sorriu ao imaginar aquele ouro em seus bolsos. - Por aqui, senhor. -

O guiou para um outro estábulo, onde estavam os melhores cavalos. Tratadores faziam seus serviços enquanto o homem rondava os animais, mostrando um melhor que o outro.

— Qual o preço destes ? — perguntei, encarando os cavalos sendo cuidados como se fossem joias preciosas.

- Variam entre 100 e 700 moedas de ouro. - Respondeu o homem admirando os cavalos enquanto vez ou outra olhava o homem de soslaio. - Então, se interessou por algum? -

— Este aqui, é quanto ? — falei, indo no que estava não muito cuidado, mas nem tão pouco. Um intermediário, vamos assim dizer.

- Oh, esse rapaz aí aguenta muito tranco. - Sorriu mostrando os dentes brancos e bem alinhados. - São 250 peças, bem investidas, se me permite dizer. -